Há 3 anos, era a rapariga “perfeita”.
Montes de amigos, notas perfeitas, tinha a minha opinião e não queria saber minimamente
do que os outros pensavam. E pensar que tinha 5 a História, que a stora de Ciências
me achava uma óptima aluna e mais, eu ia para a piscina todas as quartas com o
Alex e com o Gonçalo e não tinha vergonha.
No ano seguinte tudo começou a
desabar. As notas desceram, mudei de amigas, passei a ser o “saco” de boxe da
Catarina (Kiki) e basicamente, comecei a odiar-me. Chamavam-me gorda e eu
deixava … e foi assim que a depressão começou.
As palavras começavam a ser constantes
e passei a acreditar. Noites passadas a chorar eram constantes assim como os
desejos de não acordar no dia seguinte. Nem quero imaginar como teria sido se o
Daniel não tivesse estado lá, ele (que no inicio nem meu amigo era) foi o único
que se apercebeu da minha situação e ajudou da maneira que toda a gente que
sofre de depressão merece ser ajudado. Nunca perguntou se eu tinha depressão ou
se só estava á “procura de atenção”, se me cortava ou vomitava ou se odiava que
eu sou. Ele, simplesmente fez-me acreditar, devagarinho que, a minha única preocupação
deveria ser arranjar bilhetes para os One Direction. Para ser sincera, acho que
ele não tinha bem a noção do que eu estava a passar, acho que ele nem sabe a
diferença que fez mas ele poderá ter salvo a minha vida. Sem ele, talvez
tivesse ido longe demais.
Ainda não posso dizer que estou “curada”
mas sei que vou arranjar forças para ultrapassar isto tudo. E, neste preciso
momento, nem sei se estou a viver ou apenas a sobreviver para ver se acontece
algo que mude a minha vida completamente e me faça sentir viva de novo. Se
calhar só estou á espera que o tempo passe para que possa simplesmente fazer o
que eu desejo fazer, ser espontânea. Pegar numa mochila para no dia seguinte
estar num avião em direcção a Londres, quem sabe… Mas, eu não quero passar o
resto da minha vida a fazer algo que não gosto, não quero ter de ficar sempre
no mesmo sítio onde nada me faz feliz, não quero sentir que não estou a viver…
E esta é a parte da depressão em
que tens de encontrar motivação para te manteres viva… para encontrares algo
que te faça sentir viva.
Sem comentários:
Enviar um comentário