sábado, 15 de fevereiro de 2014

15-2-14- Preciso de ajuda

Pensei que não iria voltar a escrever. Afinal este diário era como aquela amiga a quem se conta tudo e no final ela abraça-te e diz que tu és forte, mas essa amiga não existe na minha vida porque, ao que parece, as amizades são momentâneas, algo que existe apenas para passarmos os nossos tempos livres, porque mais tarde ou mais cedo eu repelo as pessoas que me são mais próximas com medo que sejam elas a afastarem-me delas. E aqui estou, sozinha. Ou talvez nem esteja assim tão sozinha. Novas amigas, um quase namorado, uma nova personalidade- uma personalidade que eu achava que era mesmo minha, a minha personalidade sem todas aquelas cicatrizes de depressão e de todas aquelas vezes que caí ao chão. Mas eu sou feita de falhas e cicatrizes.

Tanto lutei que achei que estava a ganhar, mas a depressão é algo mais complicado que isso. A depressão começa por ser superficial, consome os teus pensamentos diários, depois achas que estás a melhor porque a tua mente começa a estar tão ocupada com tudo o que está á tua volta que nem tens lugar para pensamentos próprios… e quando te vais abaixo, é que aparece as provas que a depressão continua em ti, ela apodera-se de ti e vai aos extremos. Tanto lutei que achei de estava a ganhar, mas esta batalha é demais para uma pessoa só.

E agora… vejo-me sozinha de novo porque sei que tudo se vai repetir. Ninguém me pode amar sabendo o que me vêm á cabeça. Ninguém irá compreender. E eu adoro as minhas novas amigas especialmente porque se aperceberam de uma parte de mim que nem eu sabia que existia, mas se elas descobriram esse lado também irão descobri o meu lado depressivo e esta parte de mim é a minha parte mais mortal, mais fraca. E atrevo-me até a dizer que amo o João mas ele não vai amar as minhas cicatrizes… nem o meu passado que afinal continua presente e faz parte de mim. A depressão faz parte de mim, os pensamentos suicidas fazem parte de mim, as cicatrizes são permanentes e o pior é que não são vistas com os olhos, mas sim sentidas quando algo toca na tua alma.


E se um dia, a depressão me levar ao extremo dos extremos? Porque agora não convivo diariamente com os meus pensamentos suicidas, eu não sei lidar com eles, o que me faz muito mais impulsiva. E se um dia me deixar levar por um desses impulsos e ninguém estiver lá para me agarrar? Este jogo passou a ser imprevisível e não existem regras nem testemunhos. Preciso de ajuda, não consigo lutar sozinha.

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