sábado, 29 de março de 2014

15-3-14- Que acabe a ilusao

O problema é que eu não tenho valor. Se as outras pessoas não o vêem é porque não existe. A minha existência é puramente uma ilusão porque, de facto é como se não tivesse. Será que faria falta se aqui não tivesse? Eu não pertenço aqui… talvez não pertença em lugar algum.


               O que dói mais é que reparam no mesmo problema numa pessoa diferente mas não reparam em mim. Serei assim tão insignificante? Nunca tive valor- sempre soube, mas imaginava que, naquilo a que chamava abrigo, pudesse haver alguma esperança. Mas não. Repara-se na insegurança da minha irmã mais nova mas não na minha depressão. Nunca haverá alguém que saiba da minha história completa. Nunca contarei a ninguém, estes segredos morreram comigo. Não me apegarei a ninguém, nunca. Ninguém se preocupa em conhecer, ninguém se importa o suficiente para me conhecer, então também não os deixarei conhecer-me. Talvez esta dor acabe e a ilusão morra.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

15-2-14- Preciso de ajuda

Pensei que não iria voltar a escrever. Afinal este diário era como aquela amiga a quem se conta tudo e no final ela abraça-te e diz que tu és forte, mas essa amiga não existe na minha vida porque, ao que parece, as amizades são momentâneas, algo que existe apenas para passarmos os nossos tempos livres, porque mais tarde ou mais cedo eu repelo as pessoas que me são mais próximas com medo que sejam elas a afastarem-me delas. E aqui estou, sozinha. Ou talvez nem esteja assim tão sozinha. Novas amigas, um quase namorado, uma nova personalidade- uma personalidade que eu achava que era mesmo minha, a minha personalidade sem todas aquelas cicatrizes de depressão e de todas aquelas vezes que caí ao chão. Mas eu sou feita de falhas e cicatrizes.

Tanto lutei que achei que estava a ganhar, mas a depressão é algo mais complicado que isso. A depressão começa por ser superficial, consome os teus pensamentos diários, depois achas que estás a melhor porque a tua mente começa a estar tão ocupada com tudo o que está á tua volta que nem tens lugar para pensamentos próprios… e quando te vais abaixo, é que aparece as provas que a depressão continua em ti, ela apodera-se de ti e vai aos extremos. Tanto lutei que achei de estava a ganhar, mas esta batalha é demais para uma pessoa só.

E agora… vejo-me sozinha de novo porque sei que tudo se vai repetir. Ninguém me pode amar sabendo o que me vêm á cabeça. Ninguém irá compreender. E eu adoro as minhas novas amigas especialmente porque se aperceberam de uma parte de mim que nem eu sabia que existia, mas se elas descobriram esse lado também irão descobri o meu lado depressivo e esta parte de mim é a minha parte mais mortal, mais fraca. E atrevo-me até a dizer que amo o João mas ele não vai amar as minhas cicatrizes… nem o meu passado que afinal continua presente e faz parte de mim. A depressão faz parte de mim, os pensamentos suicidas fazem parte de mim, as cicatrizes são permanentes e o pior é que não são vistas com os olhos, mas sim sentidas quando algo toca na tua alma.


E se um dia, a depressão me levar ao extremo dos extremos? Porque agora não convivo diariamente com os meus pensamentos suicidas, eu não sei lidar com eles, o que me faz muito mais impulsiva. E se um dia me deixar levar por um desses impulsos e ninguém estiver lá para me agarrar? Este jogo passou a ser imprevisível e não existem regras nem testemunhos. Preciso de ajuda, não consigo lutar sozinha.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

1-1-2014- A vida é aquilo que eu decidir

               Começou um novo ano. E, como o ano passado, espero que esteja repleto de novas esperanças e mudanças. Aconteceu muito mais do que estava á espera. Em 2013 aprendi que há coisas que são impossíveis de concertar, às vezes as coisas partidas simplesmente ficam assim, aprendi que tenho muito mais valor do que pensava e nunca posso deixar os outros definirem o que sou ou não capaz de fazer, eu sou aquilo que EU defino.

               Neste novo ano não pedi desejos porque não posso deixar a minha vida á mercê do destino, eu tenho de fazer da vida aquilo que eu pretendo e fazendo isso vou sentir-me muito melhor comigo e com a minha vida.


               Só tenho pena ter de chegar ao início do ano 2014 para decidir mudar a minha vida… mas se correr bem, este ano será o meu ano. 

1-1-2014- A vida é aquilo que eu decidir

               Começou um novo ano. E, como o ano passado, espero que esteja repleto de novas esperanças e mudanças. Aconteceu muito mais do que estava á espera. Em 2013 aprendi que há coisas que são impossíveis de concertar, às vezes as coisas partidas simplesmente ficam assim, aprendi que tenho muito mais valor do que pensava e nunca posso deixar os outros definirem o que sou ou não capaz de fazer, eu sou aquilo que EU defino.

               Neste novo ano não pedi desejos porque não posso deixar a minha vida á mercê do destino, eu tenho de fazer da vida aquilo que eu pretendo e fazendo isso vou sentir-me muito melhor comigo e com a minha vida.


               Só tenho pena ter de chegar ao início do ano 2014 para decidir mudar a minha vida… mas se correr bem, este ano será o meu ano. 

domingo, 1 de dezembro de 2013

1-12-13- Não me sais da cabeça

               Falta pouco de um mês para 2013 acabar. Á um ano atrás estava a fazer planos para este novo ano mas adivinhem? Nada aconteceu como esperado. A vida surpreende-nos conforme os pequenos passos que damos em direcção ao futuro. Agora que já passaram pouco mais de 2 meses apercebi-me daquilo que estava a perder. Não tenho nada planeado. Vivo para o presente e tento dar o melhor de mim em tudo o que faço.

               Decidi agarrar-me aos livros, quase como não quisesse que os meus novos amigos pensassem que sou estupida, mas na verdade faço-o porque preciso. Posso odiar o curso em que estou mas no futuro, tendo estas bases posso escolher algo melhor, algo que me interesse verdadeiramente.  Por outro lado, a Bea parece estar a adorar o curso dela e os novos amigos. Eu também adoro os meus novos amigos mas gostava de ser mais sociável.

               A semana passada a Bea foi operada á coluna e está a recuperar muito bem, ontem decidi ir visita-la. Falamos imenso, falamos como não falávamos á meses… até que chegou á parte de falamos de rapazes.



               No início havia um rapaz na minha turma (chamado Bruno) que a Bea achava giro e, na turma da Bea havia um rapaz que eu achava giro (chama-se Daniel) mas depois destes 2 meses, fomos conhecendo as pessoas. O Daniel ficou muito amigo da Bea e vinha com ela ter comigo e com a Sofia (uma rapariga da minha turma com quem me dou muitíssimo bem) que era amiga e da mesma turma do Daniel. Fomos falando mas nunca nada de mais até porque no Daniel eu só o acho bonito, acho que nunca chegaríamos a namorar, no entanto a Bea que tanto dizia que o Daniel não era o tipo dela, está apaixonada pelo rapaz.

               Fico feliz porque nota-se que ele também vê algo nela. Quanto a mim, não consigo parar de pensar no rapaz a que a Rita (rapariga da minha turma) me apresentou logo no 2º dia de aulas. Eu vejo-o todos os dias, visto que ele tem aulas mesmo perto da minha turma e ainda por cima muitos dos amigos dele estão na minha turma.

               O único problema é que não consigo falar com ele…. Vai ser, um bocado, difícil sermos namorados de um dia para o outro.  


quinta-feira, 24 de outubro de 2013

24-10-13- Deviamos começar a viver

               Há 3 anos, era a rapariga “perfeita”. Montes de amigos, notas perfeitas, tinha a minha opinião e não queria saber minimamente do que os outros pensavam. E pensar que tinha 5 a História, que a stora de Ciências me achava uma óptima aluna e mais, eu ia para a piscina todas as quartas com o Alex e com o Gonçalo e não tinha vergonha.

               No ano seguinte tudo começou a desabar. As notas desceram, mudei de amigas, passei a ser o “saco” de boxe da Catarina (Kiki) e basicamente, comecei a odiar-me. Chamavam-me gorda e eu deixava … e foi assim que a depressão começou.

               As palavras começavam a ser constantes e passei a acreditar. Noites passadas a chorar eram constantes assim como os desejos de não acordar no dia seguinte. Nem quero imaginar como teria sido se o Daniel não tivesse estado lá, ele (que no inicio nem meu amigo era) foi o único que se apercebeu da minha situação e ajudou da maneira que toda a gente que sofre de depressão merece ser ajudado. Nunca perguntou se eu tinha depressão ou se só estava á “procura de atenção”, se me cortava ou vomitava ou se odiava que eu sou. Ele, simplesmente fez-me acreditar, devagarinho que, a minha única preocupação deveria ser arranjar bilhetes para os One Direction. Para ser sincera, acho que ele não tinha bem a noção do que eu estava a passar, acho que ele nem sabe a diferença que fez mas ele poderá ter salvo a minha vida. Sem ele, talvez tivesse ido longe demais.

               Ainda não posso dizer que estou “curada” mas sei que vou arranjar forças para ultrapassar isto tudo. E, neste preciso momento, nem sei se estou a viver ou apenas a sobreviver para ver se acontece algo que mude a minha vida completamente e me faça sentir viva de novo. Se calhar só estou á espera que o tempo passe para que possa simplesmente fazer o que eu desejo fazer, ser espontânea. Pegar numa mochila para no dia seguinte estar num avião em direcção a Londres, quem sabe… Mas, eu não quero passar o resto da minha vida a fazer algo que não gosto, não quero ter de ficar sempre no mesmo sítio onde nada me faz feliz, não quero sentir que não estou a viver…


               E esta é a parte da depressão em que tens de encontrar motivação para te manteres viva… para encontrares algo que te faça sentir viva.



quarta-feira, 18 de setembro de 2013

18-9-13- Saudades do Passado

               Quero voltar atrás no tempo de volta para o 7ºano. Quero acordar amanha e que seja o meu primeiro dia do 7ºano. Com os mesmos amigos com as mesmas personalidades. Porquê que tem tudo de mudar?! Não é que a minha turma não seja simpática e isso mas eu quero ter a Bea outra vez fanática pelos One Direction sem pensar que isso é infantil. Quero a Lili outra vez a fazer brincadeiras estupidas sem se preocupar com o que os outros pensam. Quero ter de aturar o Daniel. Quero que todos os meus amigos se riam quando virmos alguém com uma camisola com um tubarão e ver a cara de Bea quase a explodir de rir (nós chamamos tubarão á Bea, é uma brincadeira da turma). Eu quero estar cheia de frio no inverno e olhar para o Rui e vê-lo só de camisola de manga curta.


               Porquê que temos de crescer? Afinal acho que não queria que as coisas mudassem assim tão drasticamente. Por muito que os rapazes sejam giros na minha nova escola, nada se compara com os meus amigos e eu tenho mesmo muitas saudades L